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Vacina da gripe é indicada para 970 mil doentes crônicos no RS

Um dos grupos prioritários na campanha de vacinação contra a gripe são as pessoas com doenças crônicas. Esse público é composto por quem tem algum comprometimento das funções do coração, pulmão, fígado e as diabéticas, por exemplo. Isso as tornam mais suscetíveis ao agravamento da gripe (ou influenza) quando infectadas. Por isso elas foram incluídas na campanha nos últimos anos. No Rio Grande do Sul, são estimadas 970 mil pessoas com essas características. Até o momento, menos da metade delas já se vacinou (420 mil). A campanha vai até 31 de maio.

Para se vacinar, esse público deve apresentar prescrição médica na Unidade Básica de Saúde, que indique a doença e o motivo para a vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados e onde fazem esse monitoramento, sem a necessidade de prescrição médica.

A enfermeira Letícia Martins, responsável pelo monitoramento da influenza no Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), explica que, quando uma pessoa que tem uma comorbidade se infecta pelo vírus, ela tem um risco aumentado de descompensar essa doença crônica, ou seja, agravá-la.

Esse fator também é apresentado pelo presidente da seccional gaúcha da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, João Senger. Ele descreve que o quadro gripal pode desencadear outra doença, não só no idoso como também em pessoas com comorbidades. “Por exemplo, a influenza em um diabético, mesmo que ele se cuide, pode ter uma elevação na sua glicose, o que pode evoluir para uma infecção urinária ou um problema cardíaco mais sério”, afirma.

Segundo o médico, isso é chamado de efeito dominó, onde a primeira peça a cair é a gripe, que vai desencadear outros processos que podem levar à hospitalização e até à morte. “A vacinação tem um efeito benéfico, comprovado em evidências, que com ela as pessoas pegam menos pneumonia, que elas têm uma diminuição na hospitalização e também na redução da descompensação de outras enfermidades”, completa.

Também compõe o público-alvo da campanha as pessoas a partir de 60 anos, crianças maiores de seis meses e menores de seis anos, trabalhadores da saúde, professores, policiais e militares, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade (adultos e adolescentes de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas) e os funcionários do sistema prisional.

Maioria dos óbitos em 2018

Em 2018, o Rio Grande do Sul teve 623 casos de internação hospitalar por gripe influenza. Desses, 98 evoluíram para óbito. A maioria apresentava, ao menos, um tipo de comorbidade. As condições mais frequentes foram as doenças cardiovasculares (30% dos casos), pneumopatias (25%), diabetes mellitus (18%) e obesidade (17%). Em muitos desses casos, além das doenças crônicas, a pessoa fazia ainda parte de outros grupos elegíveis para a vacinação, por ser criança ou idoso, por exemplo.

Categorias de risco clínico com indicação da vacina:

Doença respiratória crônica:
– Asma em uso de corticoide inalatório ou sistêmico (moderada ou grave);
– Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
– Bronquiectasia;
– Fibrose cística;
– Doenças intersticiais do pulmão;
– Displasia broncopulmonar;
– Hipertensão arterial pulmonar;
– Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade.

Doença cardíaca crônica:
– Doença cardíaca congênita;
– Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade;
– Doença cardíaca isquêmica;
– Insuficiência cardíaca.

Doença renal crônica:
– Doença renal nos estágios 3, 4 e 5;
– Síndrome nefrótica;
– Paciente em diálise.

Doença hepática crônica:
– Atresia biliar;
– Hepatites crônicas;
– Cirrose.

Doença neurológica crônica:
– Condições em que a função respiratória pode estar comprometida pela doença neurológica;
– Considerar as necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo: AVC, indivíduos com paralisia cerebral, esclerose múltipla, e condições similares;
– Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular;
– Deficiência neurológica grave.

Diabetes:
– Diabetes Mellitus tipo I e tipo II em uso de medicamentos.

Imunossupressão:
– Imunodeficiência congênita ou adquirida;
– Imunossupressão por doenças ou medicamentos.

Obesos:
– Obesidade grau III (IMC maior que 40).

Transplantados:
– Órgãos sólidos;
– Medula óssea.

Portadores de trissomias:
– Síndrome de Down;
– Síndrome de Klinefelter;
– Sídrome de Wakany;
– Outras trissomias.

Fonte: Ascom SES/RS

Foto: Freepik

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