Um teste simples, rápido e de baixo custo foi desenvolvido pelos pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps) para aprimorar o tratamento da hepatite C. O exame identifica uma alteração no DNA do paciente, especificamente no gene IL28B, o que torna possível determinar a melhor opção para tratamento da doença.
De acordo com a pesquisadora Tarciana Grandi, responsável pelo trabalho, o novo teste verifica o genótipo do paciente. “Sabemos que pessoas com genótipo favorável (CC) têm melhores chances de eliminar o vírus com o tratamento atualmente indicado. E aquelas com genótipo menos favorável (TT ou CT), após a identificação pelo novo teste, obtêm melhores chances de sucesso, pois poderão receber tratamentos alternativos”, explica.
A descoberta pode ter também impacto econômico. O tratamento tradicional, coberto pelo governo, além do custo elevado (cerca de R$ 100 mil ao ano por paciente) e da duração longa (12 meses), apresenta baixa eficiência em indivíduos portadores do vírus da hepatite C (HCV), se ele for genótipo 1. “O teste vai identificar o perfil do paciente e evitar que se disponibilize um tratamento caro e que não resultará em uma resposta positiva em determinados pacientes, eliminando também efeitos adversos, que podem ser graves. Portanto, consideramos que a introdução futura desse teste na rede de saúde poderá auxiliar tanto na redução dos gastos públicos quanto no sofrimento do paciente”, acrescenta a pesquisadora. O estudo recebeu apoio financeiro através de edital do CNPq e da Fepps.
