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Por que a hanseníase não pode mais ser um tabu

Doença sofre com preconceitos e desinformação a seu respeito prejudicando seu tratamento

O desconhecimento e as informações desencontradas sobre a hanseníase acabam dificultando o trabalho de médicos e profissionais da saúde no combate e na prevenção à doença. Transmitida pelo Bacilo de Hansen, contagiosa, mas curável, a hanseníase sofre com associações equivocadas desde seu surgimento, com referências desde o século 6 A.C, até os dias atuais.

O médico dermatologista e associado da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Rodrigo Vettorato, explica como eram feitas afirmações erradas a respeito da patologia no passado.

– A hanseníase é uma doença muito antiga e muito estigmatizada. Antigamente acreditava-se que a doença era associada à impureza, pecado e transmitida pelo contato interpessoal direto e até sexual. Por muitos séculos, os pacientes eram isolados do convívio com a sociedade. Até meados do século passado, no Brasil, por exemplo, os pacientes eram confinados em leprosários mantidos afastados dos familiares e amigos que não tinham a doença – conta o médico.

Com o avanço da ciência e dos estudos, foi possível perceber de que forma a doença era contraída e como as conclusões a seu respeito estavam equivocadas.

– A hanseníase não se transmite pelo simples contato pessoal, e sim, pelas secreções (propágulos) eliminadas por via oral. É preciso um convívio prolongado com a pessoa doente para haver a contaminação que ocorre através da absorção pela mucosa nasal, principalmente. Além disso, mais de 90% a população tem imunidade contra a doença. Portanto, ela só ocorre em indivíduos geneticamente predispostos e em convívio prolongado com indivíduos sem tratamento. Já nos primeiros dias de tratamento não há mais possibilidade de transmissão da doença – conta o dermatologista.

Para evitar esse tipo de situação, o médico alerta para a importância das campanhas de prevenção, mesmo a doença sendo considerada “erradicada” no Rio Grande do Sul.

– Com o passar do tempo, a preocupação com a doença diminuiu. Como consequência, as pessoas, inclusive os médicos (principalmente os mais novos), esquecem ou não aprendem a diagnosticar. Nestes casos, convém ressaltar a importância das campanhas que tem como objetivo lembrar a população da existência da hanseníase – finaliza.

A campanha Janeiro, que tem o apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), reserva o mês para atividades que auxiliem na disseminação de conhecimento sobre a hanseníase e seu tratamento. No último domingo do mês (27/01) é celebrado o Dia Nacional do Combate e Prevenção da Hanseníase.

Fonte: Ascom AMRIGS

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