A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, recebeu nesta terça-feira em Porto Alegre os coordenadores das 19 regionais da Secretaria da Saúde (SES) para alinhar as estratégias de assistência e monitoramento do coronavírus. Até o momento, não há casos confirmados no Brasil. Mesmo assim, a SES já definiu uma plano de ação e contingência a possíveis casos de infecção pelo novo vírus, que começou a circular na China desde o final de 2019.
A secretária Arita ressaltou a importância dos coordenadores levarem essas informações para as suas regionais e discutirem localmente a questão. “Cada região no Estado terá as suas peculiaridades e por isso precisam se preparar de forma diferente, tendo o suporte do Centro Estadual de Vigilância em Saúde”, disse. “Para que possamos dar o reforço necessário na hora oportuna”, concluiu.
O plano foi apresentado pela equipe do Centro de Operações de Emergências (COE) da SES, instituído na semana passada, tendo como atribuições investigar, manejar e notificar casos potencialmente suspeitos da infecção pelo coronavírus. Esse trabalho conta com a parceria da Divisão de Vigilância Epidemiológica e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
As ações descritas são embasadas no conhecimento atual sobre o novo coronavírus (2019-nCoV) e estão em consonância com as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Todo o caso suspeito deve ser tratado como um alerta. A tomada de decisão será realizada após discussão conjunta entre município, Estado, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (para as áreas de portos, aeroportos e fronteiras) e Ministério da Saúde.
Hoje, é considerado como suspeito a pessoa que nos últimos 14 dias tenha tido viagem para a China e que venha a apresentar febre acompanhada de algum sintoma respiratório (tosse ou dificuldade para respirar) ou aquela pessoa que tenha tido contato com um caso suspeito e também tenha apresentado esse quadro clínico.
Ao se definir um caso como suspeito é importante proceder com o isolamento do paciente, através da colocação de máscara cirúrgica e segregação em área com pouca ou nenhuma circulação de pessoas. O fato deve ainda ser notificado imediatamente às autoridades epidemiológicas locais. Da mesma forma, os profissionais de saúde que atendem a pessoa devem estar com os equipamentos de proteção individual (EPIs) previstos pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa).
Aos casos que não apresentarem sinais de gravidade, após o atendimento médico é orientado o isolamento domiciliar por até 16 dias (ou até o fim dos sintomas). Neste período, o caso fica sendo acompanhado pela Atenção Básica e pela Vigilância em Saúde do município. Nas situações onde o paciente apresente alguma gravidade do seu estado clínico, a internação deve ser avaliada junto à Regulação Estadual para a avaliação do caso e se há a necessidade de transferência para outro hospital.
Situação no RS
A Secretaria da Saúde (SES) mantém hoje o monitoramento de quatro casos suspeitos, notificados por Novo Hamburgo, Canoas (dois casos) e Morro Reuter. Todos apresentam estado de saúde estável e encontram-se em isolamento domiciliar até a melhora dos sintomas.
Os casos notificados por Novo Hamburgo (um homem de 54 anos) e por Morro Reuter (um menino de três anos) tratam-se de residentes da China que procuraram atendimento durante estadia no Rio Grande do Sul. Os casos de Canoas referem-se a um casal (ele de 65 anos e ela de 60) que viajou ao país da Ásia neste último mês. As amostras de todos foram encaminhadas para a Fiocruz, no RJ, um dos três laboratórios de referência nacional para análise do coronavírus.
Ao todo, até o momento, foram 12 casos notificados no RS. Além dos quatro ainda suspeitos, outros três foram descartados (por diagnóstico para influenza) e cinco foram excluídos por não atenderem a definição de suspeitos.
Clique aqui e veja o Informe Epidemiológico do novo coronavírus 2019-nCOV.
Fonte: Ascom SES
Foto: Divulgação/SES
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