Tratamento de US$ 5 pode evitar crises durante um ano; risco de morte prematura entre estes pacientes é até três vezes maior do que na população geral; Moçambique faz parte de programa da OMS que permitiu aumentar acesso a tratamento para 6,5 milhões de pessoas em quatro países.
Três quartos das pessoas que vivem com epilepsia em países de baixa renda não recebem o tratamento de que precisam, aumentando o risco de morrer de forma prematura e condenando muitos a uma vida de estigma.
A conclusão é do estudo “Epilepsia, um imperativo de saúde pública”, publicado esta quinta-feira pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e parceiros da sociedade civil.
Saúde
Em nota, o especialista da OMS, Tarun Dua, disse que “a lacuna de tratamento para a epilepsia é inaceitavelmente alta, quando se sabe que 70% das pessoas com a doença podem ficar livres de crises quando têm acesso a medicamentos que podem custar apenas US$ 5 por ano.”
Além disso, o risco de morte prematura em pessoas com epilepsia é até três vezes maior do que na população geral.
Em países de renda baixa e média, este risco é significativamente maior do que em países de alta renda. As causas são falta de acesso aos serviços de saúde e causas que podem ser evitadas, como afogamento, ferimentos na cabeça e queimaduras.
Perto de metade dos adultos com epilepsia tem pelo menos mais um problema de saúde. As condições mais comuns são de saúde mental, com 23% destes adultos vivendo com depressão e 20% tendo ansiedade.
Segundo a OMS, estas questões podem piorar as convulsões e reduzir a qualidade de vida.
Além destes problemas, entre 30% e 40% das crianças com epilepsia têm dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem.
Estigma
Segundo o relatório, o estigma também é generalizado. O presidente do Escritório Internacional para a Epilepsia, Martin Brodie, disse que o problema “é um dos principais fatores que impedem as pessoas de procurar tratamento.”
Segundo Brodie, “muitas crianças não vão à escola e os adultos têm direitos negados como trabalhar, dirigir e até casar.” Ele afirmou que “essas violações dos direitos humanos precisam ter um fim.”
A OMS diz que campanhas de informação pública nas escolas e locais de trabalho e a introdução de legislação também são elementos importantes da resposta da saúde pública.
Tratamento
O relatório também mostra que, quando existe vontade política, o diagnóstico e o tratamento da epilepsia podem ser integrados com sucesso nos serviços primários de saúde.
A pesquisa destaca programas-piloto da OMS que foram introduzidos em Gana, Moçambique, Mianmar e Vietnã. Segundo a agência, a iniciativa permitiu que mais de 6,5 milhões de pessoas tenham acesso ao tratamento para epilepsia, caso precisem.
O presidente da Liga Internacional Contra a Epilepsia, Samuel Wiebe, disse que o mundo sabe “como reduzir a lacuna de tratamento”, mas “a ação para introduzir as medidas necessárias precisa ser acelerada.”
Prevenção
A epilepsia pode ser causada por lesões durante o nascimento, infecções do cérebro, como meningite ou encefalite, e acidentes vasculares cerebrais. Segundo a OMS, cerca de 25% dos casos possam ser prevenidos.
Fonte: https://news.un.org/pt/
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