A categoria médica recebeu estarrecida, em todo o Brasil, a notícia do decreto nº 11.999 de 17 de abril de 2024, que interfere na composição e no exercício da Comissão Nacional de Residência Médica.
Este decreto ataca a autonomia médica, retira entidades representativas da categoria das decisões que visam à qualificação da formação e especialização médicas e, vergonhosamente, aumenta as interferências políticas e ideológicas na Comissão.
RESIDÊNCIAS MÉDICAS E A FORMAÇÃO EM MEDICINA ESTÃO EM RISCO
Dentre as mudanças propostas está a alteração da composição da Comissão Nacional de Residência Médica. São excluídas duas entidades médicas e acrescentados representantes do Governo Federal, ampliando a influência do Ministério da Saúde.
Agora a Comissão apresenta a seguinte composição:
Com isso, a partir de agora, as entidades médicas terão enormes dificuldades para aprovar qualquer pauta de iniciativa da categoria, pois perderemos por 8 x 5.
Apelações ou pedidos de revisão também passam a ser inócuos, uma vez que a Câmara Recursal será impactada por este Decreto. São três membros: 1 do Ministério da Saúde, 1 do Ministério da Educação e o terceiro escolhido pela plenária, cuja composição tem a maioria do Governo.
Resultado: se todos os integrantes do Governo votarem juntos, qualquer proposição apresentada pelas entidades médicas será derrotada. Até vitórias conquistadas ao longo dos anos podem voltar a ser analisadas e modificadas.
Não vamos nos resignar frente a este ataque, com mais uma decisão tomada sem ouvir os médicos, num momento em que há uma necessidade de construir formas adequadas e vinculadas à qualificação da formação médica, com embasamento científico para uma política voltada à formação de médicos, sendo uma política de Estado e não de governo.
Esta é mais uma evidência clara, da urgente necessidade de rediscutirmos as formas de gestão e também do financiamento da saúde do país.
As entidades médicas gaúchas, Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), repudiam o Decreto nº 11.999 e esperam o bom senso das autoridades na condução desse assunto.
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