Ministério da Saúde participa de reunião da OMS sobre o desenvolvimento de vacinas contra o HIV

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Ministério da Saúde participa de reunião da OMS sobre o desenvolvimento de vacinas contra o HIV

Diretora do DIAHV representa o Brasil em painel que debaterá as perspectivas de novas tecnologias de prevenção ao vírus da aids
A diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, participa na quinta-feira (1), em Genebra, na Suíça, de painel que discute com outros países as perspectivas do desenvolvimento de vacinas e de estratégias de imunização contra o HIV.
“O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a fornecer acesso gratuito e universal à terapia antirretroviral e, desde de 2013, adotamos o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV. Mais recentemente, nos tornamos o primeiro país latino-americano a introduzir a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). É justamente por essa posição de vanguarda na resposta à aids que fomos convidados a integrar esta importante discussão sobre novas tecnologias de prevenção ao HIV”, explica Adele Benzaken.
Ela lembra, ainda, que o Brasil também ocupa um lugar relevante no desenvolvimento de pesquisas e na incorporação de novas tecnologias. “Desde a década de 1990, o Ministério da Saúde vem colaborando e financiando pesquisas sobre novas tecnologias de prevenção, como estudos sobre vacinas e PrEP”, destaca.
A diretora do DIAHV foi convidada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para representar o Brasil durante a reunião “Da eficácia à decisão política: acesso e uso de produtos para imunização passiva e ativa para prevenir a infecção pelo HIV”. O encontro, que começou nesta quarta-feira (28) e segue até sexta-feira (2) na cidade suíça, reúne pesquisadores e representantes de países e organismos internacionais para debater o andamento das pesquisas de tecnologias inovadoras para prevenção do HIV, o que inclui o desenvolvimento de vacinas. O Brasil é o único representante latino-americano no encontro.
Adele Benzaken adiantou alguns trechos do que irá apresentar durante o painel. “Pretendo compartilhar com os participantes a experiência acumulada pelo Brasil na introdução de novas tecnologias preventivas, como as lições aprendidas durante a incorporação PrEP”.
Incorporação de novas tecnologias – A diretora do DIAHV destaca que é importante mostrar o longo caminho para a incorporação de qualquer nova tecnologia pelo sistema público de saúde brasileiro. “No caso da PrEP, por exemplo, tivemos que financiar projetos que demonstrassem, com evidências científicas consistentes e também na vida real, que a implementação dessa nova tecnologia era economicamente viável e adequada à nossa realidade. Além disso, no Brasil, a introdução de um novo medicamento ou tratamento precisa passar por um processo de aprovação por órgãos governamentais, como a Anvisa e a Conitec, e também de escuta e participação da sociedade cívil”.
Segundo Adele Benzaken, “esse é um processo complexo”, levando em consideração o tamanho do nosso país e todas suas peculiaridades geográficas, que dificultam o acesso da população aos serviços de saúde.

PrEP – A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV foi a mais recente tecnologia preventiva incorporada pelo Brasil. O processo de implementação da profilaxia teve início em dezembro de 2017, em 36 serviços do SUS de 22 cidades brasileiras. A definição do público prioritário para receber a PrEP levou em conta as populações-chave que concentram a maior prevalência de HIV no país, bem como a estrutura e capacidade de atendimento dos serviços em cada localidade.
A PrEP integra o conjunto de alternativas oferecidas dentro da Prevenção Combinada ” estratégia que dispõe de um leque de tecnologias preventivas, que incluem, além da PrEP, a testagem, a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), o uso de preservativos, o tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV.
“Hoje, a prevenção combinada é o grande mote da resposta brasileira ao HIV/aids, em consonância com outros países que são vanguarda no enfrentamento global ao agravo”, ressalta a diretora do DIAHV.
Experiência acumulada – “Durante o painel em Genebra, quero enfatizar que, para que essas tecnologias sejam implementadas no SUS ” que tem como princípios a universalidade, integralidade e equidade “, elas devem ser acessíveis e viáveis “”para garantir a sustentabilidade da incorporação”, lembra Adele.
“Por isso, esperamos que toda essa experiência brasileira possa ser considerada quando pensarmos em uma implementação de grande escala da vacina contra o HIV”, enfatiza a diretora do DIAHV.
Desde a descoberta do HIV, há mais de 30 anos, a comunidade científica em todo mundo se debruça sobre pesquisas sobre a cura da aids e sobre novas medidas preventivas que possam impedir que mais pessoas se infectem com o HIV. Estima-se que cerca de 21 milhões de pessoas vivam com o HIV no mundo. No Brasil, são cerca de 830 mil pessoas vivendo com vírus e mais de meio milhão em tratamento antirretroviral.

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