Mais de mil pessoas fazem testes de sífilis, HIV e hepatite C em Porto Alegre

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Mais de mil pessoas fazem testes de sífilis, HIV e hepatite C em Porto Alegre

O movimento foi intenso no segundo dia da ação que levou seis espaços de coleta de sangue e oito consultórios ao Centro Histórico da Capital, nesta quinta e sexta-feiras, 19 e 20. Com testes para detectar infecções por sífilis, HIV e hepatite C, a ação foi motivada pelo Dia Nacional de Combate à Sífilis, doença que muitas vezes não apresenta sintomas e tem crescido em Porto Alegre. No primeiro dia, 577 pessoas realizaram exames, das quais 110 foram reagentes para sífilis (19,06%), 28 para hepatite C (4,85%) e sete para HIV (1,21%). Já nesta sexta-feira, 20, a iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde no Largo Glênio Peres, próximo ao Mercado Público, atendeu 700 pessoas, com 138 casos de sífilis (19,71%), 14 casos de hepatite C (2%) e 15 casos de HIV (2,14%). Contando os dois dias da ação, foram atendidas 1.277 pessoas. 
Porto Alegre tem 120 casos de sífilis adquirida por 100 mil habitantes, número que chega ao triplo do apresentado no Rio Grande do Sul, com 40 casos. Comparativamente, o Brasil tem 14 casos por 100 mil habitantes. Os números foram apresentados aos participantes da sala interativa, montada no local, onde também foram obtidas orientações de prevenção com uma linguagem acessível, conscientizando para os riscos das doenças. Após a realização dos exames, as pessoas com casos de confirmação de sífilis já receberam tratamento, com a aplicação da primeira dose de penicilina. Com o tema “Prevenir, testar, tratar e curar”, a ideia foi ampliar a conscientização da população para uma doença de fácil identificação e tratamento, mas que continua produzindo muitas vítimas, principalmente entre recém-nascidos.

Prevenção – A forma mais segura de se proteger da transmissão da sífilis é usar camisinha na relação sexual. A sífilis é transmitida por uma bactéria e tem três fases de desenvolvimento, podendo inicialmente não apresentar sintomas. Se não for tratada, no entanto, pode comprometer vários órgãos, como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso. A doença é transmitida na relação sexual sem camisinha, compartilhando agulhas ou seringas ou da mãe infectada para o bebê, durante a gravidez ou no parto, nesse caso chamada de sífilis congênita, que pode causar aborto, má-formação do feto e até a morte do bebê.
 
A detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Para as gestantes, a indicação da realização dos testes é feita já na primeira consulta do pré-natal, daí a importância da conscientização de mães e seus parceiros, para iniciar o pré-natal ainda no primeiro trimestre da gravidez. Os exames para diagnóstico são gratuitos e também podem ser feitos nas unidades de saúde, com início imediato do tratamento. Outras informações podem ser obtidas na unidade de referência, conforme o endereço de moradia.

Casos – Em Porto Alegre, os casos de sífilis congênita são acompanhados desde 1995. De acordo com dados da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde da SMS, há um importante aumento do número de casos desde o ano de 2007 (107 casos), chegando a 585 casos, em 2015, e 573, em 2016, incidência de 29 casos por mil nascidos vivos. Já a vigilância epidemiológica da sífilis adquirida teve início em 2011, na Capital. No ano de 2013, foram 910 casos, subindo para 2.497 casos, em 2015, e 1.572 casos registrados no sistema de informação em 2016. Apesar da redução do último ano, se considera que haja grande subnotificação.

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