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Estudo em parceria com EUA sobre Zika e microcefalia será realizado em 60 municípios da Paraíba

A pesquisa, que tem como objetivo investigar a associação entre o vírus Zika e a microcefalia, está sendo realizada em conjunto com o governo do Estado, Ministério da Saúde e CDC 
Começou nesta semana o trabalho de campo do Estudo de Caso controle de Microcefalia relacionada ao vírus Zika no Brasil. A pesquisa está sendo realizada por meio de parceria entre o Ministério da Saúde, governo da Paraíba e Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos. Ao todo, 60 municípios do Estado serão visitados pelos pesquisadores, que têm o objetivo de buscar informações mais robustas sobre a relação do vírus Zika com a microcefalia. Entre os municípios estão João Pessoa, Campina Grande, Patos e suas regiões metropolitanas.
Por quase dois meses, oito equipes – compostas pelas instituições envolvidas – investigarão a proporção de recém-nascidos com microcefalia associada ao Zika, além do risco da infecção pelo vírus. Serão entrevistadas, aproximadamente, 170 crianças que nasceram com microcefalia desde outubro de 2015. Para cada uma delas serão investigadas de duas a três crianças da mesma região, que não nasceram com microcefalia.
“Também faz parte deste estudo a investigação de pessoas que não foram acometidas pela doença (microcefalia). A partir da comparação desses casos é que a gente poderá estimar o risco, a relação entre o vírus Zika e a microcefalia”, explicou a consultora técnica de Vigilância Epidemiológica do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Priscila Leite, que está coordenando os trabalhos das equipes na Paraíba.
Para a epidemiologista do CDC, Erin Staples, líder da pesquisa na Paraíba, o estudo poderá trazer novas perspectivas para o cenário atual. “O que pretendemos fazer é definir a associação das crianças diagnosticadas com microcefalia e se elas tiveram evidências de infecção congênita do vírus Zika. Além disso, é importante entender se outros agentes infecciosos podem estar relacionados a esses casos”, comentou Erin Staples.
No estudo, as mães estão sendo entrevistadas pelas equipes de pesquisadores e as informações serão registradas com o uso de tablets. O questionário é composto por perguntas relacionadas à gestação da mãe, possíveis sinais e sintomas que ela teve durante o período, além de perguntas relacionadas ao nascimento da criança.
Além disso, serão colhidas amostras de sangue dessas mães e bebês que serão examinadas pelo laboratório americano. O objetivo é identificar se existem outros agentes infecciosos, além do vírus Zika que possam estar relacionados aos casos de microcefalia.

MICROCEFALIA ” De acordo com os dados do último Informe Epidemiológico de Microcefalia, divulgado no dia 23, a Paraíba é o segundo estado com maior número de casos suspeitos de microcefalia no país. Ao todo, foram noticiados 790 casos, sendo 59 confirmados, 291 descartados e 440 em investigação.
Em todo o Brasil, 4.107 casos suspeitos de microcefalia estão em investigação pelo Ministério da Saúde e os estados. Desde o início das investigações – em 22 de outubro de 2015, até 20 de fevereiro – foram 5.640 notificações, sendo 950 já descartadas.
No total, 583 notificações foram confirmadas para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, em 235 municípios de 16 unidades da federação (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Rondônia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul). Destes, 67 já tiveram confirmação laboratorial para o vírus Zika.
COOPERAÇÃO ” Desde 2012, o Ministério da Saúde tem uma parceria com o CDC para cooperação de temas em saúde. Este estudo é mais uma atividade desta cooperação envolvendo os dois países. O CDC participa de um estudo sobre Guillain Barré na Bahia, além de estarem colaborando com na área laboratorial de estudos da Fiocruz de Pernambuco sobre a relação do vírus Zika e microcefalia.

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