Entidades médicas questionam Ulbra a respeito de novas vagas em Medicina no RS

Os presidentes da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) se reuniram na manhã desta quarta-feira (10/05) com a coordenação do curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) de Canoas. A pauta foi a recente abertura de mais de 480 novas vagas em Medicina no estado.

As novas vagas em graduação médica foram anunciadas na última semana, nos municípios de Porto Alegre, Gravataí e São Jerônimo. Além do Rio Grande do Sul, também foram abertos três novos cursos médicos no norte do país, no Amazonas, Pará e Tocantins. Porém, conforme a Lei nº 12.871/2013, o número de egressos dos cursos de graduação em Medicina deve ser equivalente ao número de vagas ofertadas nos Programas de Residência Médica.

Um dos pontos destacados pelas instituições foi a rapidez do processo. As inscrições foram abertas no dia 2 e foram encerradas no dia 5. O início das aulas está marcado para 22 de maio. Entretanto, de acordo o médico Marcelo Guerra, diretor dos cursos de Medicina da Rede Ulbra de Educação e coordenador do curso de Medicina da Ulbra Canoas, presente na reunião, todos os pré-requisitos para a abertura de vagas foram cumpridos, porém no início, os cursos ofertados no RS oferecerão apenas três disciplinas teóricas.

A preocupação das entidades é a respeito da qualificação médica e das boas práticas da Medicina.

“Nós sabemos que o número de médicos que temos atualmente em nosso estado já é absolutamente compatível com a nossa população. Nossa preocupação, como profissionais formados há mais tempo e com atuação diária, é de que, se chegarmos a 1 milhão de médicos no país nos próximos anos, a assistência à sociedade será precária, pois não teremos capacitação, qualificação e resolutividade para este montante. Para pensarmos em abertura de novas vagas de Medicina, não apenas no Rio Grande do Sul, precisamos, antes de tudo, saber de que forma isso será feito e qual a justificativa lógica para isso”, argumentou o presidente da AMRIGS, Dr. Gerson Junqueira Jr.

Durante o encontro, os representantes da AMRIGS, CREMERS e SIMERS fizeram uma série de questionamentos com relação à estrutura que será oferecida aos alunos.

“Não temos o conhecimento do corpo docente, quais serão os hospitais, as unidades de saúde, se há laboratórios, nada. Primeiro deve-se organizar a estrutura necessária para formar esses alunos e depois se pensa no credenciamento”, afirmou o presidente do CREMERS, Dr. Carlos Sparta.

Para as entidades médicas, não há uma análise técnica adequada para este processo de abertura de novas vagas em Medicina. Para tanto, foram solicitadas informações de esclarecimento que serão analisadas pelos departamentos jurídicos das instituições de saúde.

Também participaram do encontro o presidente do SIMERS, Dr. Marcos Rovinski; o presidente da AELBRA (mantenedora da Ulbra), Carlos Augusto Melke Filho; o vice-presidente da AELBRA, Antônio Carlos Romanoski; o superintendente de Educação Superior da AELBRA, Fabiano Pereira Alves; o superintendente jurídico da AELBRA, João Pedro Palhano Melke; e o diretor jurídico da AELBRA, Tárik Alves de Deus.

Fonte: ASCOM AMRIGS
Fotos: ASCOM AMRIGS