Entidades dão 30 dias para IPE-Saúde cumprir acordos em Dia de Alerta

Notícias

Categoria:

Compartilhar:

publicada em

Entidades dão 30 dias para IPE-Saúde cumprir acordos em Dia de Alerta

As entidades médicas e hospitalares gaúchas que representam a rede credenciada ao IPE-Saúde (7,2 mil médicos e 305 hospitais) deram 30 dias para que o órgão aponte uma solução para a defasagem de valores pagos aos prestadores, dívidas e ampliação de procedimentos, prometida e sistematicamente descumprida. No Dia de Alerta ao IPE-Saúde, que gerou cancelamentos e remarcação de 12 mil atendimentos em 59 hospitais em todo o Estado sem afetar o atendimento de urgência e emergência, uma notificação extrajudicial foi registrada em cartório, no fim da manhã desta quarta-feira, em Porto Alegre, para formalizar o prazo de resposta do Instituto. O Hospital Ernesto Dornelles, que responde por grande volume da assistência, médicos mantiveram apenas serviços de urgência, com grande adesão, cancelando agendas ambulatoriais.

Até sexta-feira (24), as entidades terão audiências e protocolarão a mesma notificação nos órgãos aos quais estão ligados os 1,1 milhão beneficiários do plano. Serão cobradas ações para evitar prejuízos a pacientes. Entre eles, Casa Civil (entrega ocorreu no fim da manhã desta quarta no Palácio Piratini), Assembleia Legislativa (começo da tarde desta quarta), Tribunal de Justiça e de Contas (tarde desta quarta) e Secretaria de Administração (tarde de quinta).

Além disso, os dirigentes do Conselho de Medicina (CREMERS), da Associação Médica (AMRIGS), do Sindicato Médico (SIMERS), da Federação dos Hospitais do RS (Fehosul), da Federação das Santas Casas e dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS e da Associação dos Hospitais do RS terão encontros com as entidades ligadas aos servidores, professores, militares e demais segmentos.

“A ação dessas entidades é fundamental. Vamos sensibilizá-las para a importância de participarem e cobrarem medidas concretas para assegurar a manutenção do IPE-Saúde", destacou o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes. O dirigente médico disse que os profissionais estão cansados da forma como são tratados pelo Instituto e das medidas adiadas desde 2011. Nos últimos anos, as entidades buscaram auxiliar as direções para que se garantisse equilíbrio e atualização da estrutura de atendimento do órgão. "Temos recebido muitas manifestações claras de intenção de descredenciamento. os médicos estão cansados", advertiu Argollo.

SIMERS, CREMERS e AMRIGS citaram que a tabela do IPE-Saúde está defasada também no rol de tratamentos. O setor quer a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), permitindo que pacientes do IPE-Saúde tenham acesso a inovações médicas. Também há grande desproporção entre valores que remuneram o trabalho médico e o que o órgão paga. O valor das consultas do instituto, de R$ 47, está entre os mais baixos do Estado. "O valor de um exame de papanicolau, para detectar câncer, equivale ao preço de dois cafezinhos", alertou Cláudio Allgayer, presidente da Federação dos Hospitais do RS (Fehosul).

Segundo o movimento, que não descarta novas paralisações e até descredenciamento de prestadores, 59 hospitais adiaram atendimentos a beneficiários, na capital e no Interior. Em entrevista coletiva dos integrantes do Grupo Paritário do IPERGS, na sede do SIMERS, os dirigentes advertiram que novas medidas serão acionadas (incluindo judiciais) e qualificaram como irresponsável a forma como está sendo conduzido o plano. Os hospitais registram dívida de R$ 70 milhões, sendo R$ 50 milhões de diferenças de valores de procedimentos feitos e os pagamentos do instituto entre 2005 e 2009 (chamadas glosas) e R$ 20 milhões não repassados desde janeiro de 2012 para cobertura de custos de medicamentos (acordo firmado pelo IPERGS com hospitais). 

"Não queríamos chegar a este ponto de ter de suspender atendimentos", destacou Julio Mattos, presidente da Federação dos Filantrópicos. "Trata-se de manter o equilíbrio financeiro. Muitos hospitais não conseguem mais comprar insumos básicos", afirmou Allgayer. "Ou nos ajudam ou teremos de promover novas paralisações", preveniu Alcides Pozzobon, presidente da Associação dos Hospitais. "Adotar a CBHPM é garantir que os mais de 1,1 milhão de beneficiários do IPE tenham acesso aos tratamentos mais modernos da Medicina, que hoje não estão incluídos na tabela do órgão", defendeu Rogério Aguiar, presidente do CREMERS. "A atual gestão deve se responsabilizar e respeitar compromissos", cobrou Dirceu Rodrigues (no centro da foto), presidente da AMRIGS.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Confira outras notícias

plugins premium WordPress