Dia da Alerta: médicos e hospitais suspendem assistência eletiva ao IPE-Saúde

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Dia da Alerta: médicos e hospitais suspendem assistência eletiva ao IPE-Saúde

Na próxima quarta-feira (22), médicos e hospitais credenciados ao IPE-Saúde vão suspender a assistência eletiva aos servidores públicos estaduais, que são os clientes do plano. As cinco entidades que formam o Grupo Paritário (AMRIGS, CREMERS, SIMERS, Federação das Santas Casas RS e FEHOSUL) vão registrar em cartório uma notificação extrajudicial. O documento dará prazo de 30 dias ao IPE-Saúde para solucionar as questões pendentes como o pagamento de dívidas do Instituto que datam de 2005, a sinalização clara de reajuste de honorários médicos e adoção da CBHPM. Caso o IPE-Saúde não atenta as exigências, as entidades tomarão medidas administrativas, técnicas e judiciais. Os servidores que têm consultas marcadas no dia 22, terão suas consultas remarcadas. 

A decisão foi tomada na noite desta quarta-feira (15) em assembleia geral extraordinária convocada pela Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM-RS) – formada pelas três principais representativas da categoria-, realizada na Associação Médica do RS (AMRIGS). Os médicos credenciados ao IPE-Saúde estão em Estado de Assembleia Permanente. Também participaram da assembleia o presidente da Federação das Santas Casas do RS, Julio Dornelles de Matos, e o diretor Executivo da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS ( Fehosul), Flávio Borges. 

O coordenador da CEHM- RS e diretor do SIMERS, Jorge Eltz, lamentou que a instituição ignora os pleitos e nada propõe de concreto que possa qualificar a relação com os profissionais. “Em recente reunião com IPE-Saúde, representantes do Instituto alegaram problemas orçamentários para não implantar a CBHPM (classificação de valores referenciais de honorários e procedimentos) e não promover reajustes desde 2011. E não há sinal de aumento para este ano", ressaltou Eltz. 

No Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde (25/4/13), as três entidades médicas denunciaram o IPE-Saúde como o plano com a pior remuneração. A consulta vale R$ 47, única abaixo de R$ 50 entre as maiores operadoras. Após o último reajuste, em 2011, referente a 2010, o governo manteve o valor congelado, aumentando a defasagem em relação ao pleito de R$ 80 pela consulta e valores praticados pelo mercado.

Dados da FEHOSUL mostram também a defasagem nos procedimentos. O IPE-Saúde remunera R$ 25,00 por um Raio X de tórax, procedimento sem reajuste há 20 anos. Laboratórios de análises clínicas também estão sem reajustes nos exames há 18 anos. A diária hospitalar do paciente semiprivativo é remunerada pela maioria dos planos em R$ 157,00. O IPE-Saúde paga R$ 71,00. nesta sexta-feira (17), a entidade realiza assembleia para definir os rumos de ação referentes ao IPE-Saúde. 

O segundo conselheiro do CREMERS, Isaias Levy, afirmou que o orçamento do IPE-Saúde deste ano é praticamente igual ao de 2012. “O orçamento do IPE-Saúde é de R$ 1,386 bilhão, valor que já foi insuficiente em 2012. O dinheiro terminou na metade de dezembro, sendo que o restante do mês já foi retirado do mês de janeiro deste ano. E pelas informações apuradas pelas entidades do Grupo Paritário, os recursos disponíveis darão somente até outubro próximo, alertou Isaias. 

 

Pesquisa de satisfação

A insatisfação da categoria ficou evidente na apresentação dos resultados da pesquisa da CEHM-RS dirigida aos médicos que trabalham para o IPE-Saúde. De acordo com o diretor da AMRIGS, Jorge Utaliz, dois mil dos sete mil profissionais credenciados ao plano responderam a pesquisa. A baixa remuneração foi apontada por 75,6% como a maior causa de descontentamento em relação ao IPERGS. A maioria (68,7%) não sabe quando irá receber seus honorários e nem quanto irá receber de honorário ao realizar um procedimento pelo IPE (60,7%). 

O IPE-Saúde é o maior plano de saúde no Estado. Perde apenas para o Sistema Único de Saúde (SUS) em número de vidas atendidas. O IPERGS possui 1,1 milhão de beneficiários. São 7,2 mil médicos credenciados. O plano tem convênio com 245 hospitais localizados em 225 municípios gaúchos.

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