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Consumo de drogas e álcool por condutores é tema de Congresso de Medicina do Tráfego

Em mesas redondas e painéis, renomados doutores no assunto estarão debatendo, no 11º Congresso Brasileiro Sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, em Gramado, o uso do álcool, avaliação psicológica de candidatos a condutores veiculares, leis, medidas adotadas no país e experiências internacionais relacionadas ao assunto 
Em nosso país, não há muitos dados mensuráveis a respeito do número de acidentes de trânsito pelo uso de álcool, droga e transtornos psiquiátricos causados por essas substâncias nos condutores, causando acidentes que, muitas vezes, levam a morte ou deixam sequelas para o resta da vida, nos próprios condutores e em pessoas que acabam sendo envolvidas nestes episódios.
A cocaína é o novo “rebite” dos caminhoneiros. Assim aponta uma pesquisa divulgada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 2009. A droga vem sendo usada no lugar das anfetaminas para manter os motoristas acordados por mais tempo. Entre os entrevistados, o consumo foi até quatro vezes maior do que o identificado na população brasileira.
O levantamento ouviu aleatoriamente 308 motoristas que circulavam por quatro rodovias federais no Rio e São Paulo e constatou que 3,5% deles haviam usado cocaína. A urina foi analisada e os dados mais alarmantes foram encontrados na Fernão Dias, região de Atibaia, interior de São Paulo: 4,5% dos caminhoneiros abordados haviam consumido a droga. A pesquisa aponta que a cocaína tem sido o novo “rebite” dos caminhoneiros, para se mantenham acordados por mais tempo, substituindo as anfetaminas, que também ainda são usadas.  O mesmo estudo diz que os caminhoneiros usam 4 vezes mais drogas que o identificado na população em geral. A cocaína e a anfetamina atuam no sistema nervoso central, alterando a percepção do motorista, reduzindo a atenção e os reflexos.
Acidentes de trânsito são o segundo maior problema de saúde pública no Brasil e só perdem para a desnutrição segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Respondem por um custo anual de R$ 24,6 bilhões ao país conforme estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).  Os caminhoneiros estão envolvidos em 2% dos acidentes, mas representam cerca de 7,2% dos acidentes fatais.
Inúmeras são as evidências também que revelam os altos custos sociais e econômicos gerados pelo consumo indevido de bebidas alcoólicas por condutores de veículos, com danos causados à saúde individual e coletiva, do alto número de acidentes e um elevado número de mortes.
Para Flávio Pechansky, pesquisador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trânsito e Álcool da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e painelista do Congresso sobre acidentes e medicina de tráfego, “o consumo de cocaína entre caminhoneiros é gravíssimo porque eles passam 70% do tempo nas estradas e fazem coisas que jamais fariam se estivessem sóbrios, pois agem impulsivamente e tem muito mais chances de causar acidentes”. 
A Lei Seca prevê as mesmas punições para o motorista que dirigir embriagado ou sob o efeito de substâncias psicoativas, como a cocaína, mas o bafômetro não tem como detectar a incidência da droga no organismo.
A realização do 11º Congresso Brasileiro Sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, que ocorrerá de 10 a 13 de setembro, no Wish Serrano Resort, é da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego e organização da Rossi e Zorzanello Feiras e Empreendimentos.  A agência oficial é a Brocker Turismo. Informações pelo telefone (54) 3282.5400 ou, ainda, pelo e-mail brocker@brockerturismo.com.br. Mais informações pelo e-mail: sabrina@rossiezorzanello.com.br.

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