Cinco fatos que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica no SUS

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Cinco fatos que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica no SUS

Qual é o primeiro
passo para quem deseja fazer a cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde
(SUS)”

A cirurgia bariátrica deve ser
considerada o último recurso para quem luta contra a obesidade. A intervenção
cirúrgica é parte do tratamento integral da doença, mas que prioritariamente
aborda a promoção da saúde e no cuidado clínico.

Para ser um paciente com indicação
para a cirurgia, ele não deve ter respondido ao tratamento clínico. Ou seja,
recebeu orientação e apoio para mudança de hábitos, realizou dieta, teve
atenção psicológica, realizou atividade física e, em alguns casos, fez uso de
medicamentos por, no mínimo, dois anos.

Esgotadas as possibilidades de
tratamento clínico (medidas comportamentais e medicamentos), o paciente poderá
ser avaliado para fazer a cirurgia bariátrica.

Confirmada a indicação da cirurgia, ele
irá para o preparo pré-operatório, que inclui acompanhamento psicológico,
nutricional e avaliação médica com especialistas, de acordo com a necessidade e
avaliação da equipe multidisciplinar.

Dados do Ministério da Saúde
mostram que houve um aumento no número de cirurgias bariátricas realizadas pelo
SUS entre 2010 e 2015 – o aumento foi de 4.489 para 7.530 procedimentos.

Há alguma restrição
de idade”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu
a classificação do excesso de peso e da obesidade baseada no índice de massa
corporal (lMC) para adultos de ambos os sexos. O lMC é obtido por meio da
divisão do peso (quilogramas) pelo quadrado da altura (metros).

Pessoas com lMC de 25 a 29,9 kg/m²
foram classificados como acima do peso ideal ou sobrepeso, já que o ponto de
corte para a definição de obesidade é lMC” 30 kg/m². Quando este índice é igual
ou superior a 40 kg/m², a obesidade é denominada mórbida ou grave, o que
corresponde aproximadamente a 45 kg acima do peso ideal. O termo super obeso é
usado para designar os pacientes com lMC” 50 kg/m².

Podem realizar o tratamento cirúrgico,
segundo protocolo do Ministério da Saúde:

a. Pessoas que apresentem IMC “50
Kg/m2;

b. Pessoas que apresentem IMC “40
Kg/m², com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no
mínimo dois anos.

c. Indivíduos com IMC > 35 kg/m2 e
com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus e/ou
Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças
articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico.

d. Nos jovens entre 16 e 18 anos, a
cirurgia poderá ser indicada após avaliação de dois profissionais para que seja
analisada a fase de crescimento.

A cirurgia bariátrica
está disponível em todos os estados”

Atualmente, o SUS conta com 75
hospitais habilitados para atendimento das pessoas com obesidade, em 21 estados:
Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins.

O paciente que precisar da cirurgia
onde não há oferta do tratamento poderá receber um encaminhamento para outro
estado, através da Central Nacional, que irá encaminhá-lo para o hospital
habilitado.

Por que é importante
envolver outros profissionais de saúde no processo que antecede a cirurgia
(psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta)”

A obesidade é uma doença que envolve
vários fatores e, por isso, seu tratamento necessita de uma equipe
multiprofissional. É importante lembrar que a participação de uma equipe
multiprofissional integrada é fundamental para compreender o indivíduo em sua
totalidade. As orientações nutricionais são essenciais, uma parte essencial do
tratamento, pois direcionam as escolhas alimentares do paciente. O tratamento
psicológico é fundamental para cuidar do paciente por dentro e por fora. A
atividade física é considerada parte integral da perda e manutenção do peso.

Fazem parte da
equipe:

a) Médico especialista em cirurgia
geral ou cirurgia do aparelho digestivo;

b) Nutricionista;

c) Psicólogo ou Psiquiatra;

d) Clínico geral ou endocrinologista.

No suporte dessa
equipe ainda poderão contribuir, parte da equipe do hospital, os seguintes
profissionais:

a) Clínico geral, cardiologista,
pneumologista, endocrinologista, angiologista/cirurgião vascular e cirurgião
plástico;

b) Anestesiologista;

c) Equipe de Enfermagem;

d) Assistente Social,

e) Fisioterapeuta.

Há alguma
contraindicação à cirurgia”

Alguns pacientes, mesmo estando dentro
dos critérios mencionados, podem apresentar situações específicas que devem ser
avaliadas – o que pode ser motivo de contraindicação ao tratamento. Seguem
algumas restrições:

1. Adolescentes: só
podem ser operados pacientes com mais de 16 anos. Mesmo assim, pacientes que
tenham entre 16 e 18 anos necessitam de avaliação clínica e psicológica
especial, consentimento da família e aprovação de comissão de ética do hospital
aonde será feita a cirurgia.

2. Idosos com
mais de 65 anos:
 esses pacientes necessitam avaliação pré-operatória
especial, de preferência com médico geriatra, para avaliação dos benefícios da
cirurgia.

3. Pacientes
com antecedentes de doença psiquiátrica, alcoolismo ou uso de drogas:
 esses
pacientes necessitam de avaliação psiquiátrica detalhada para se estabelecer o
controle ou não de doenças psiquiátricas pré-existentes e do vício.

4. Pacientes
com cirurgias abdominais prévias:
 pode dificultar a realização da
cirurgia e deve ser avaliado pelo cirurgião.

5. Portadores
de doenças crônicas (anemia, insuficiência renal, doenças do fígado, doenças
endócrinas entre outras):
 embora não se constituam em contraindicações
absolutas, podem aumentar o risco cirúrgico ou interferir na escolha da técnica
que será empregada.

Vale destacar: Em situações
consideradas extremas, a exigência de dois anos de tentativa de tratamento
clínico para indicação cirúrgica pode ser extinta. É o caso dos pacientes super
obesos, ou seja, que têm IMC superior a 50 Kg/m².

No entanto, esta situação não exime o
paciente de passar por todas as fases de avaliação pré-operatória, essenciais
para a segurança e sucesso do tratamento e obrigatória para todos os pacientes,
que incluem: avaliação clínica com endocrinologista e cardiologista, avaliação
nutricional, avaliação psiquiátrica ou psicológica.

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