Aumenta a taxa de letalidade em grávidas hospitalizadas por COVID-19

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Aumenta a taxa de letalidade em grávidas hospitalizadas por COVID-19

Evento da AMRIGS abordou o quadro atual no cenário da pandemia para gestantes e recém-nascidos

Em formato digital, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) promoveu nesta terça-feira (18/04) a terceira edição de 2021 da Caravana Digital para abordar o quadro atual no cenário da pandemia para gestantes e recém-nascidos. O evento tem como proposta integrar as Seccionais, Sociedades de Especialidade e atender às necessidades de cada região do Rio Grande do Sul e com maior área de abrangência. Esta edição contou com a parceria da Associação Médica de Rosário do Sul, da Sociedade de Medicina de Santiago, da Associação Médica de São Borja, da Associação Médica do Alegrete e da Sociedade Médica de Uruguaiana.

Ao iniciar sua fala, a coordenadora do ambulatório de Diabetes e Gestação do HCPA e diretora científica da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul (SOGIRGS), Dra. Maria Lúcia Oppermann, destacou o projeto Observatório Obstétrico Brasileiro, que disponibiliza uma plataforma interativa de monitoramento, análise de dados públicos científicos e informações de qualidade e relevância da área de saúde materno-infantil. Segundo dados, o número de grávidas mortas por coronavírus em 2021 já é maior que o total registrado em 2020. Os óbitos deste ano somam 642 e ultrapassam os 457 do ano passado.

“Quando começou a pandemia, os dados mostravam que as gestantes não eram mais infectadas que a maioria das pessoas. E agora, registramos a média de 33 mortes maternas por semana, um aumento de 233%. Além da falta de vacina, isso pode estar relacionado às alterações que existem no organismo da mulher e comorbidades mais comuns como a obesidade, cardiopatia e diabetes”, explicou Oppermann.

Outros dados trazidos pela especialista se referem ao Manual de Recomendações para a Assistência à Gestante e Puérpera frente à pandemia de COVID-19. Lançado em 2020, o manual aborda as vias de transmissão, o diagnóstico precoce e o adequado manejo das gestantes e puérperas nas diversas fases da infecção. No Brasil, o Ministério da Saúde orienta que gestantes e puérperas até o 14º dia de pós-parto devem ser consideradas grupo de risco para COVID-19.

“As gestantes passam de quadro leve para moderado ou grave em questão de horas. Mulheres com dois ou mais sinais de alerta amarelo e um ou mais sinais de alerta vermelho, assim como aquelas com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) têm risco aumentado de evolução desfavorável e, portanto, merecem cuidado diferenciado. Nas pacientes assintomáticas não tem conduta que vai além do isolamento social”, alertou.

Para a médica pediatra do Serviço de Neonatologia, Preceptora da Residência de Pediatria e de Neonatologia e no Programa de Qualidade Assistencial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Dra. Betânia Bohrer, os objetivos do atendimento ao recém-nascido de mãe com diagnóstico ou suspeita de COVID-19 servem integralmente para evitar que ele seja infectado após o nascimento e evitar a infecção dos profissionais de saúde na sala de parto.

“Para recém-nascidos, mesmo que assintomáticos, devem ser observados fatores definitivos como mães com histórico de COVID-19 de 14 dias antes do parto ou até 28 dias após o parto, além de recém-nascidos com exposição direta ao coronavírus. E isso inclui familiares, agentes de saúde e visitas. É necessário limitar e isolar pacientes sob investigação ou pacientes positivos. Mudamos toda a nossa rotina, mas apesar de tudo isso, tentamos manter nossos atendimentos com muito afeto”, disse.

Sobre os primeiros cuidados, a especialista comentou que, para os bebês em situação estável, é necessário o banho imediato. Além disso, os bebês permanecem com as mães que utilizam máscaras e mantém distância de um a dois metros. Já os recém-nascidos instáveis são transferidos diretamente para a UTI neonatal, com incubadora de transporte e permanecem em isolamento.

Dados recentes do Ministério da Saúde sobre o contágio e comportamento no grupo de zero a 19 anos de idade demonstram que a taxa de hospitalização e morte de crianças e jovens pelo coronavírus está caindo no primeiro trimestre de 2021. O mapeamento, realizado em conjunto com os Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), mostra que a taxa de letalidade em crianças e adolescentes hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionada à COVID-19 foi de 8,2% (1.203/14.638) em 2020, caindo para 5,8% (121/2.057) em 2021.

Fonte: Fernanda Calegaro
Fotos: Reprodução de imagem

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