?Aprendi a não deixar transparecer a parte emocional?, relata Dr. Germano Bonow em palestra no Projeto Amparo

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?Aprendi a não deixar transparecer a parte emocional?, relata Dr. Germano Bonow em palestra no Projeto Amparo

Na tarde desta segunda-feira (08), o Dr. Germano Bonow, membro do Conselho de Representantes da AMRIGS e ex-secretário da Saúde palestrou para o Projeto Amparo, na sede da AMRIGS, falando sobre sua experiência na área da Medicina na Amazônia da década de 60. 
Originalmente, os alunos de Medicina da hoje Universidade Federal de Ciências da Saúde (UFCSPA) gostariam de visitar Paris. Mas para Dr. Bonow, o que o levou à Amazônia foi o fruto da experiência do pai. Lá, ele estagiou na Fundação SESP, criada em 1942, pelos Estados Unidos, para dar condições de salubridade ao nordeste brasileiro. Além deste trabalho, Dr. Bonow estagiou em Manaus, Rio de Janeiro e Benjamin Constant, no Amazonas, contando suas histórias sobre este último, entre 1969 e 1970. 
“Em 1969, não havia água tratada, luz, telefone, as pessoas não eram vacinadas e a cidade tinha apenas três veículos”, relata sobre as condições de vida da cidade. Contextualizando, algumas lendas de Benjamin vieram à tona na reunião. “Muitas vezes eu olhava para fora da janela para a selva e me perguntava: o que eu estou fazendo aqui””, desabafa. Único médico no hospital, ajudava inclusive em obras na cidade, contava apenas com a ajuda de técnico, auxiliar e serviçal de enfermagem no ambiente de trabalho. Ainda se tratando da parte emocional, Dr. Bonow deu destaque à posição do profissional da medicina em casos difíceis. “Aprendi a não deixar transparecer a parte emocional. Quando se é profissional da saúde, não se pode mostrar suas fraquezas”, confessa. 
Partos, tétano, convulsões, foram alguns dos muitos casos do ex-secretário da Saúde com a escassez de médicos na região. “Remédio era o que tinha”, diz Bonow, falando sobre as condições precárias. Além de atendar a população de Benjamin Constant e região, colombianos e peruanos também faziam parte do quadro de pacientes. 
Germano Bonow voltou duas vezes a Benjamin Constant após 20 anos longe da cidade.

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