A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou nesta terça-feira, dia 10/11, no Rio de Janeiro, um seminário sobre regulação assistencial na saúde suplementar, com a presença de diversos representantes do setor. No encontro, foram discutidos modelos assistenciais, gestão do cuidado, organização de redes de atenção e avaliação de tecnologia em saúde. O seminário incluiu também a apresentação do novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde 2016. Foram lançados, ainda, o novo inquérito Vigitel da Saúde Suplementar 2014 e um aplicativo para smartphones e tablet que facilita a pesquisa de dados sobre cobertura assistencial, informações cadastrais das operadoras e reajustes de planos individuais e familiares. Complementando a programação, houve um debate sobre desenvolvimento e a avaliação de Programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças na saúde suplementar.
O seminário foi aberto pelo diretor-presidente da ANS, José Carlos de Souza Abrahão, que agradeceu o empenho de toda a equipe da Diretoria de Normas e Habilitação de Produtos (Dipro) e demais áreas envolvidas na organização do evento. Ele destacou a importância da realização de atividades que permitam estreitar relacionamentos e a troca de experiências para viabilizar alternativas de crescimento e desenvolvimento do setor de saúde suplementar, diante de uma sociedade cada vez mais engajada e empoderada de seus direitos. “Temos procurado induzir sempre a discussão e o aperfeiçoamento do acesso à saúde suplementar com qualidade, segurança e com sustentabilidade, não só econômica, mas também sustentabilidade assistencial”, afirmou Abrahão.
Para a diretora-adjunta da Dipro, Flávia Tanaka, o seminário trouxe a oportunidade de discutir um modelo de atenção à saúde no país focado na atenção primária e no paciente, o que exige a reorganização das redes de atenção. “O objetivo é, através de seminários e ações, induzir, cada vez mais, a uma mudança de gestão do cuidado, além do comportamento dos atores envolvidos no setor de saúde suplementar, em busca de uma melhor assistência e atenção aos beneficiários”, afirmou.
Destinado a servidores e colaboradores da ANS, representantes do setor e especialistas da área acadêmica, o seminário teve como principais objetivos a troca informações, exposição de experiências sobre a temática e a divulgação de ações e estratégias desenvolvidas pela ANS, apresentando os avanços e desafios na regulação do setor.
Um dos motes para a discussão de temas durante o evento foi apresentado pela diretora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Deborah Malta, que levou aos participantes dados do Vigitel – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Além da diretora, Eduardo Neto, da ANS, também apresentou informações sobre o levantamento, que é realizado desde 2006 pelo Ministério da Saúde em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
O inquérito tem por objetivo monitorar, através de pesquisa realizada por telefone, a frequência e a distribuição dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A atual publicação do Vigitel da Saúde Suplementar é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a ANS e dá seguimento às duas edições anteriores publicadas em 2008 e 2011.
O estudo dos indicadores do Vigitel da Saúde Suplementar estimula a reflexão de gestores, prestadores e beneficiários de planos de saúde, contribuindo para a formulação de modelos de cuidado que promovam a interface necessária entre a promoção da saúde e a prevenção de doenças e os demais níveis e complexidades da assistência à saúde. Com isso, a ANS busca garantir o acesso aos serviços e a melhoria da qualidade de vida da população beneficiária de planos de saúde.
Pela ANS, houve a apresentação do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde 2016 pela gerente geral de Regulação Assistencial, Raquel Lisbôa. Entre os palestrantes convidados, também estiveram no seminário o representante da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), Alberto Ogata; o consultor em Saúde Pública, Eugênio Vilaça Mendes; o especialista em avaliação de programas em saúde da Universidade de São Paulo (USP), Oswaldo Tanaka; e a médica, doutora em medicina preventiva e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), Ana Maria Malik.
O seminário contou, ainda, com as participações de Márcia Pinto, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); de Marisa Santos, do Instituto de Cardiologia do Rio de Janeiro; e de Emílio Zilli e Miyuki Goto, da Associação Médica Brasileira (AMB); além de representantes de operadoras de planos de saúde, que contaram suas experiências em programas de promoção da saúde e prevenção das doenças.