Encontro no parlamento gaúcho alinha condições mínimas para estarem presentes na proposta de reformulação do IPE Saúde

Reunião na Assembleia cobra construção de propostas efetivas que não passem exclusivamente pelo aumento da contribuição dos servidores

Instituições que representam servidores e entidades médicas posicionaram-se exigindo que a proposta a ser construída pelo Governo do Estado como alternativa para crise no IPE Saúde não passe exclusivamente pela conta do servidor. O temor é que, diante do grave cenário financeiro, assim como ocorreu no passado, o poder público coloque a conta em cima do trabalhador. A conversa realizada ontem (21/03) foi mediada pelo deputado estadual Dr. Thiago Duarte, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

A reunião foi uma solicitação da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Su (FESSERGS) e do Fórum Permanente em Defesa do IPE. Por compartilharem do mesmo objetivo, o grupo acionou a Frente Pró Saúde RS, da qual a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) participa. A intenção é promover, junto aos parlamentares, a realização de uma Audiência Pública, envolvendo todas as partes no debate. A AMRIGS foi representada no encontro pelo vice-presidente, Dr. Paulo Morassutti.

“Não podemos simplesmente ficar aguardando que o Governo do Estado apresente a sua proposta. Este grupo tem força e representatividade para levar ideias que sejam organizadas e que ajudem o financiamento da saúde, que é uma área fundamental em nossa sociedade. Precisamos ser proativos e não aguardar uma solução de forma passiva. Cabe aos governantes escutarem a população e administrarem com foco nas pessoas e no que elas realmente precisam”, disse.

Em sua manifestação, o presidente da FESSERGS, Sérgio Arnoud, defendeu uma ação enérgica do poder público.

“As associações médicas têm suas justas reclamações, assim como os hospitais. Por isso, queremos construir uma solução que seja duradoura. Não adianta colocar em cima dos servidores contribuintes que, em muitos casos, já estão no seu limite. Uma das ideias é a construção de fontes alternativas para receita do IPE Saúde, como por exemplo, a destinação de um percentual que seria oriundo de outros tributos e contribuições estaduais” afirmou.

O deputado Dr. Thiago Duarte, ressaltou que muitos médicos ainda atendem pelo convênio do IPE Saúde pelo histórico do paciente e não pela remuneração.

“Do jeito que está não pode continuar. O que estamos vendo é uma debandada de médicos que não querem mais atender pelo plano. O pagamento ao médico não custeia sequer o estacionamento que ele tem que pagar em um hospital”, exemplificou.

Integram a Frente Pró Saúde RS além da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS), Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Federação RS), Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS).

Fonte: Marcelo Matusiak
Fotos: Marcelo Matusiak