Cenário já foi alertado pela Associação Médica do Rio Grande do Sul durante o quadro da pandemia
O anúncio feito pelo Governo Federal da implantação de um programa para reduzir o número de pacientes em espera por uma consulta com um especialista foi bem recebido pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). A preocupação não é recente, mas o quadro de agravamento de doenças não diagnosticadas ou diagnosticadas tardiamente tem elevado a discussão desse tema. Em 2021, a instituição promoveu uma edição da Caravana AMRIGS abordando a temática.
“A preocupação maior sempre tem sido com os prejuízos que essa medida causa à saúde da população, impactando em um desfecho mais longo e invasivo de tratamento dos pacientes, tanto na saúde pública como na privada”, afirmou o presidente da AMRIGS, Dr. Gerson Junqueira Jr.
O quadro mais grave em relação ao assunto foi em 2020, quando o Ministério da Saúde orientou Estados a adiarem cirurgias eletivas como uma forma de poupar leitos e evitar infecções pela COVID-19, o que representou a não realização de 1,3 milhão de procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para a Saúde (Abraidi), a queda nos procedimentos foi de 59,8% em relação a 2019.
Agora, o Ministério da Saúde publicou Portaria que instituiu o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas. A medida visa organizar e ampliar o acesso a esses procedimentos, em especial aqueles com demanda reprimida. No Rio Grande do Sul, há previsão de repasse de R$ 32,2 milhões — sendo inicialmente R$ 10,7 milhões, e o restante de acordo com a apuração da produção dos serviços.
No Rio Grande do Sul
O Governo do Estado do RS desenvolveu o programa Cirurgias+, através da Secretaria Estadual da Saúde (SES), para atender às demandas represadas de consultas, exames e cirurgias em sete especialidades com maiores filas e maior tempo de espera da população gaúcha. Traumatologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, otorrinolaringologia, oftalmologia, ginecologia e urologia estão contempladas. A iniciativa, lançada em maio de 2022, conta com recursos de R$ 85 milhões do Tesouro do Estado, ao longo de 12 meses.
Fonte: Marcelo Matusiak
Foto: Freepik
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