Especialistas alertam para importância do tratamento bucal no combate à sífilis

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Especialistas alertam para importância do tratamento bucal no combate à sífilis

Considerada uma epidemia hoje, no Brasil, a sífilis é uma das infecções sexualmente (IST) mais comuns e é um problema que vem crescendo no mundo e no Brasil. O Rio Grande do Sul está em segundo lugar no ranking nacional e a tendência é de crescimento. Em 2017, a taxa no Estado era de 113,8 por 100 mil habitantes, muito acima da nacional, que está em 58 por 100 mil habitantes. A situação é tão preocupante que virou tema central da XVIII Semana Estadual de Saúde Bucal e foi debatida no Seminário “Manifestações bucais das infecções sexualmente transmissíveis – sífilis e Aids”, que ocorreu nesta quinta-feira (24), no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre.

Conforme Fernanda Carvalho, da Coordenação Estadual de IST/Aids, da Secretaria da Saúde (SES/RS), se trata de uma doença negligenciada e o “esquecimento” em torno da prevenção e tratamento “está cobrando seu preço em termos de estratégia de saúde pública”. No Rio Grande do Sul, os problemas estão mais concentrados nas regiões metropolitana, missioneira, norte, sul e serra, nesta ordem. Os casos de sífilis congênita (transmitida ao feto pela placenta) também são considerados altos no Estado, que já é o terceiro no ranking nacional, com quase dois mil casos este ano.

“Sífilis é uma doença antiga e estigmatizada. A sociedade não quer falar sobre isto, mas é preciso”, observa Fernanda, acrescentando que há cura com tratamento, que é barato e relativamente fácil. O cirurgião dentista e especialista em estomatologia, Matheus Claudy, concorda que é preciso romper com a cultura de não falar sobre a questão. “Podemos fazer o teste rapidamente em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), mas os pacientes relutam e é preciso mudar isto”. Segundo ele, o diagnóstico precoce resulta em tratamento mais rápido e eficaz. “É uma doença fácil de tratar, por isto temos de acabar com o estigma”.

À plateia, formada por cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal de municípios gaúchos, ele fez um apelo: “nós, que atendemos na rede pública, peçamos o teste, é mais fácil começar por aí”. Fernanda Carvalho apoiou a manifestação e disse que acontece muito de profissionais investigarem lesões, mas ninguém pedir testes de sífilis e HIV.

Além deste seminário, promovido pela Coordenação Estadual de Saúde Bucal da SES/RS, a XVIII Semana Estadual de Saúde Bucal é marcada também por um Encontro Regional de Saúde Bucal, que ocorre nesta sexta-feira, 25, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), voltado para cirurgiões- dentistas da rede pública e acadêmicos da Faculdade de Odontologia.

Fonte: Ascom SES/RS

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