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No Dia Mundial do Rim, associações pedem mais acesso à diálise e ao diagnóstico precoce

No Dia Mundial do Rim, comemorado nesta quinta-feira (10), associações representativas de doentes renais pedem mais serviços de diálise e a ampliação da estrutura para o diagnóstico precoce e transplante.

Para a presidente da Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil (Farbra) e integrante do Conselho Nacional de Saúde, Rosângela Santos, é necessário que os governos deem mais atenção à medicina preventiva, com o objetivo de identificar o mais cedo possível quem corre o risco de ter insuficiência renal ou outro tipo de doença do rim.

A atenção deve ser redobrada, segundo ela, em pessoas com hipertensão ou diabetes, grupos com grande chance de desenvolver a doença. “São necessários exames periódicos para identificar o desenvolvimento da doença renal, já que há perspectiva de uma epidemia”, afirmou.

Em Santa Catarina, o vice-presidente da Associação dos Pacientes Renais do estado, Humberto Mendes, também defende mais investimentos no diagnóstico precoce de doenças renais. Ele cita como exemplo o exame de creatinina, que é simples e barato e ajuda a identificar como está o funcionamento do rim. “O Estado precisa se voltar para a prevenção. Muita gente nem sabe quem procurar quando tem uma doença renal.”

No Pará, as unidades de saúde com serviços de diálise não têm sido suficientes para atender à demanda do estado. De acordo com a diretora e fundadora da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará, Belina Soares, 280 pacientes estão na fila de espera por uma diálise. Em todo o estado, oito municípios dispõem do serviço, que se concentra na capital, Belém, segundo a diretora.

“O nosso apelo é para que os gestores públicos vejam a doença renal como um problema de saúde pública, uma epidemia”, disse Belina Soares. A assessoria da Secretaria de Saúde do Pará informou que já existe um projeto de expansão do serviço de diálise, previsto para ser concluído em 120 dias. O órgão admitiu que alguns aparelhos de diálise estavam parados desde a gestão anterior, mas que já estão sendo colocadas em funcionamento.

No Rio de Janeiro, a principal reclamação é a demora para conseguir um transplante de rim. O vice-presidente da Associação dos Doentes Renais e Transplantados do Estado do Rio de Janeiro, Alfredo Duarte, estima que um paciente espere, em média, seis meses até conseguir uma consulta para iniciar o processo de um transplante. Conforme dados da associação, 3,4 mil pessoas aguardam por um transplante de rim no estado. “A grande dificuldade é ser atendido”, afirmou Duarte.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, mas, até o fechamento da matéria, não recebeu retorno sobre as dificuldades enfrentadas na área de transplantes de rins.

Estima-se que um em cada dez adultos brasileiros tenha algum tipo de doença renal crônica, sendo que 60% desconhecem essa situação. Os principais sintomas são pressão alta, sangue na urina, inchaço nas pernas e no rosto, náuseas, vômitos, palidez e infecções urinárias recorrentes. De acordo com censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, de 2009, 77,5 mil brasileiros faziam diálise naquele ano. A maior parte (86%) era atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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