Florentino Cardoso, presidente da AMB, Carlos Vital, presidente do CFM; Sigisfredo Brenelli, presidente da ABEM e Raul Cutait, cirurgião do Hospital Sírio-Libanês, se reuniram para discutir mudanças necessárias para saúde da população e educação médica no Brasil.
Os representantes falaram de temas como atualização de diretrizes e protocolos, Mais Médicos, atenção básica (primária) de Saúde, abertura de novas escolas médicas e ampliação de vagas em cursos existentes.
Na reunião com o Ministério da Saúde, Florentino disse ao Ministro que os médicos estão incomodados com a atual gestão da saúde no País. “Está chegando o momento que deveremos nos posicionar de maneira mais dura, mais ousada, porque a visão das entidades médicas é que mudou o governo, mas mudanças necessárias não ocorreram. A saúde pública está caótica. Sabemos do curto tempo, porém não vimos nenhuma luz mostrando que estamos na direção de transformações para melhorar o atual cenário “, argumentou o presidente.
Em seguida os médicos se reuniram com o Ministro da Educação, Mendonça Filho. As entidades médicas prepararam uma pauta de assuntos como educação médica no país, objetivando contribuir com soluções concretas, que preservem qualidade e segurança dos pacientes. A principal queixa é a abertura de escolas médicas. “já temos escola de medicina, que estão tendo aulas no período noturno por não ter professor para dar aula durante o dia. Isso é terrível e irresponsável”, diz Florentino, que tem acompanhado a queda progressiva na formação médica.
Outro assunto debatido e questionado pelos representantes das entidades médicas, foi a obrigação do Revalida para médicos formados no exterior, que queiram trabalhar no Brasil. Florentino falou da importância da atenção primária e citou a baixa adesão à residência médica em Medicina de Família e Comunidade, onde 75% das vagas não são preenchidas. “A culpa é das nossas corporações por que não ocupam 75% das vagas” Não, Sr. Ministro, a culpa é do Governo. A maioria dos problemas da população se resolve na atenção básica mas tem que ser qualificada e a nossa é ruim, caótica. Precisamos de mais médicos de Família e Comunidade, mas persiste ociosidade nas vagas, porque o Governo não os prestigia, tratando-os como não especialistas ou de segunda categoria. Muito pelo contrário deveria ser, pois o médico de família e comunidade, qualificado e trabalhando em condições adequadas, resolverá 75 -80% dos problemas de saúde e com menor custo”, criticou o presidente da AMB.
Os Ministros irão analisar as propostas enviadas pelos médicos. Ainda não foi marcada nova reunião.