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Cadernos de Saúde Pública destaca desigualdade de renda no Brasil

A desigualdade de renda no Brasil está diminuindo” Esse é o questionamento presente no editorial do volume 31, número 6 da revista Cadernos de Saúde Pública da ENSP. Segundo o texto, quanto mais desigual for uma sociedade, maior será a persistência da renda entre as gerações. Estima-se que o Brasil tem uma das mais altas persistências intergeracionais de renda, o que se combina com a alta desigualdade social observada no país. Assinado pelo pesquisador Antonio Augusto Moura da Silva, da Universidade Federal do Maranhão, o editorial aponta que a desigualdade social em uma cidade brasileira de renda média está diminuindo, pois a mobilidade intergeracional de renda aumentou – especialmente entre as camadas médias de renda – e a persistência da renda diminuiu. “As velhas gerações não estão mais conseguindo transmitir hereditariamente o seu patrimônio para os seus filhos com a mesma intensidade com que o faziam antes”, destacou o autor.

Na seção Revisão, o pesquisador do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da ENSP Luis David Castiel, em parceria com Danielle Ribeiro de Moraes, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro, da Universidade Federal Fluminense, abordam o discurso médico sobre o uso dos esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), drogas sintéticas cujo abuso vem sendo caracterizado como problema de saúde pública, sendo operado na contraposição entre usos médicos e não-médicos.

De acordo com os autores, foram realizadas análises de enunciações presentes em 76 artigos da área biomédica entre 2002 e 2012. “Nesse discurso, permanece o banimento, entre os jovens, de usos de EAA não regulados pela medicina, ao passo em que as fronteiras do emprego clinicamente qualificado parecem se expandir para pessoas idosas, mesmo frente a contradições que tensionam o argumento de prevenção dos riscos à saúde”, apontaram os autores.

O artigo Avaliação de oito Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde por meio do instrumento AGREE II: um estudo piloto, assinado pela pesquisadora da ENSP Claudia Cristina de Aguiar Pereira, em parceira com pesquisadores de outras instituições, descreve que mundialmente há um crescente aumento de publicações de diretrizes clínicas, acompanhado de preocupações quanto à qualidade. Em 2000, o Ministério da Saúde iniciou a elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Desta forma, o objetivo do estudo foi avaliar os PCDT elaborados após 2009, quanto à sua qualidade, utilizando o instrumento AGREE II (Appraisal of Guidelines for Research and Evaluation).

Entre 2009 e 2012, foram identificados 59 PCDT, dos quais oito foram sorteados e avaliados por três avaliadores independentes. Os resultados do estudo apontam a necessidade de adequações nos PCDT, quanto aos domínios do AGREE II. “Devido à limitação do instrumento utilizado, existe necessidade de novos estudos, inclusive sobre a qualidade das evidências utilizadas na elaboração dos PCDT”, advertiram os autores.

Analisar a associação da força de preensão manual com morbidades referidas e multimorbidade em adultos, mediante inquérito de base populacional com 1.395 adultos de ambos os sexos, foi o objetivo do estudo Associação da força de preensão manual com morbidades referidas em adultos de Rio Branco, Acre, Brasil: estudo de base populacional.

Assinado pela pesquisadora da ENSP Margareth Crisóstomo Portela, em parceira com pesquisadores de outras instituições, o estudo mostrou que nas mulheres, associações entre força de preensão manual e evento cardiovascular, dislipidemia, distúrbio musculoesquelético e multimorbidade não se mantiveram nos modelos multivariados. “Este estudo endossa o uso da força de preensão manual como biomarcador de saúde”, afirmaram os pesquisadores.

Confira o volume 31, número 6 da revista Cadernos de Saúde Pública na íntegra. 

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