Técnicos da vigilância ambiental desenvolvem ação de combate ao borrachudo no Estado

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Técnicos da vigilância ambiental desenvolvem ação de combate ao borrachudo no Estado

A Vigilância Ambiental em Saúde  iniciou nova etapa de coleta de borrachudos (simulídeos) na fase imatura de larvas e pupas, em riachos, pequenos córregos e rios de nove municípios  do Estado. A ação faz parte do  Programa Estadual Simulídeo que rotineiramente assessora municípios gaúchos na capacitação das equipes locais e realiza  ações de campo para o controle do inseto.  Apesar do  Estado  não ter a ocorrência de doenças transmitidas pelo borrachudo ao homem, há os incômodos causados pela picada do inseto,  que incluem dermatites e reações alérgicas que podem ser severas.
O desequilíbrio ambiental é o principal fator responsável pela abundância de borrachudos e têm impedido a quebra do ciclo reprodutivo e o consequente controle populacional destes insetos. “O ataque de borrachudos está comumente associado  a deficiências no saneamento rural e a  utilização de agrotóxicos, que chegam aos meios hídricos eliminando peixes e invertebrados,  predadores naturais do inseto”, avalia Lucia Beatriz  Sagot,  médica veterinária do Cevs/RS.  De acordo com ela, a retirada de matas  que estão presentes nas margens dos rios, córregos, lagos e riachos é uma constante,   causando desequilíbrio no ecossistema. “Como consequência, pássaros, outros insetos e peixes são desalojados e o deslocamento do borrachudo adulto é facilitado”, destaca Lúcia.
Diante do agravamento progressivo das condições ambientais provocadas pela interferência direta e/ou indireta do homem, técnicos do Cevs têm tomado outras medidas para reduzir a incidência do borrachudo, além do uso de biolarvicidas. “Passamos a realizar avaliação ambiental de fatores determinantes para o aumento no número de insetos, identificando  espécies que  se alimentam de sangue humano e os tipos de agravos  que atingem as pessoas”, afirma Lúcia.
A secretaria  da saúde desenvolve o programa estadual simulídeo, desde  1977,   na época, atendendo demanda de  municípios da serra gaúcha que tinham prejuízos  no turismo em função do ataque de borrachudos.  Hoje o problema se estende a diversas regiões e ações de controle são realizadas  em mais de 200 municípios. Entre os anos de 2006 e 2014, foram feitas  726 coletas  de simulídeos em 332 municípios do Rio Grande do Sul. Das  27 espécies identificadas, seis alimentam-se de sangue humano e estão presentes em todas as regiões do Estado.
 
Por ser um inseto que se beneficia com a degradação ambiental, o Programa incentiva os municípios para que  estruturem  comitês envolvendo os diferentes seguimentos da comunidade e da gestão municipal com o foco no ambiente, no manejo ambiental e no conceito de coletividade. “Essa ação é fundamental no controle do inseto, pois os biolarvicidas   têm ação limitada e   temporária, sem resolver efetivamente as causas que levam estes insetos a se tornarem uma praga”, conclui a veterinária. 

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